Capa de "Black Sabbath", de 1970 |
Bom, não vou perder tempo justificando porque demorei quase 6 meses pra publicar uma postagem nova. Isso não tem importância. Não, perto da relevância do disco de que falarei agora. O Black Sabbath e seu disco homônimo de estreia foram um marco para a música pesada, ou o que se entende por hard rock, ou heavy metal. Mas este disco fez muito mais do que isso. Foi também o ponto de virada para um jovem metalúrgico da cidade de Birmingham, Inglaterra.
A BANDA
Francis definitivamente não nasceu em berço de ouro. Pode se dizer que seu "leito" seria de um metal não tão honroso, o aço. Foi muito cedo trabalhar como metalúrgico para ajudar no orçamento da família - se bem que torrava a grana mesmo com bebidas e... outras coisas. Era o que se podia fazer na pobre Birmingham para conseguir dinheiro de modo legal.
Pois foi um acidente nessa indústria que o levou a ser o conhecido Tony Iommi, o lendário guitarrista do Sabbath. Sua mão direita ficou presa em uma máquina, o que o fez perder dois dedos. Revoltado com a "sorte", decidiu que era hora de sair dalí. Contatou amigos e conhecidos músicos e participou de alguns grupos. Dentre eles, seguiu formação com o baterista Bill Ward.
Pra completar a banda, ambos encontraram um anúncio de vocalista procurando banda. Era Ozzy Osbourne. Iommi conhecia Ozzy, ambos foram colegas de colégio. Coincidência à parte, junto com Osbourne vieram o guitarrsita Geezer Buttler, o baixista Jimmi Phillips e o saxofonista Alan Clarke. Eventualmente, estes dois últimos não ficariam, fazendo Butler migrar para o baixo.
Estava formada a base da banda mais macabra da história do rock: o Black Sabbath!
CONTEXTO HISTÓRICO
Birmingham é uma das cidades mais importantes da Inglaterra, talvez perdendo somente para a capital Londres. O motivo é que, após a Revolução Industrial, este país se tornou o "macho alfa" das nações, ditando as regras da economia no mundo todo. O Brasil mesmo teve uma de suas mais importantes mudanças por causa disso. Refiro-me à Lei Áurea, que aboliu a escravidão nas terras tupiniquins. Quem acha que a Princesa Isabel a assinou por caridade aos negros, pra sua informação ela só o fez porque os britânicos não tinham interesse em escravos. Assalariados, para eles, era mais barato.
Desmistificada a abolição, voltemos. Birmingham, portanto, prosperou por quase dois séculos como um dos expoentes da indústria no mundo. Porém, o século XX traria mudanças radicais à cidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, a metrópole sofreu vários bombardeios, e isso quase acabou com a economia da região.
Num cenário de caos como foi, governos tomam medidas extremas. Por medidas extremas entende-se, dentre outras coisas, intensivar o comércio e a indústria, com salários baixos e jornadas absurdas. Esta foi a Birmingham que os jovens Tony, Bill, Ozzy e Geezer estavam inseridos. Sobreviver era duríssimo, e muitos adolescentes descambam para o crime e/ou drogas. E esse estilo de vida, penoso e sem esperanças, foi talvez o que formatou a estética das canções do Sabbath.
O DISCO
Chuva. Trovejadas ecoam incessantemente. Um sino bate. O clima é tenebroso. A tempestade segue, e subitamente entra o primeiro riff, com tudo, sem qualquer aviso, em uma cadência em Gm (Sol Menor) variando à oitava e, em seguida, para Db (Ré bemol), perfazendo o que, em música, se chama de "trítono" (intervalo de três tons).
Iommi não escolheu esta sequência à toa. O trítono é, talvez, a dissonância mais estranha, e a sensação de tensão quando ouvimos essa sequência é muito grande. E tensão parece ser tudo o que o Black Sabbath quer transparecer em sua música de abertura, homônima ao disco e à banda. Dizem que, em algum momento da história, talvez durante a Idade Média, usar o trítono foi proíbido, pois a igreja católica o associava a forças malígnas. Enfim...
Todo o disco segue essa fórmula: tensão, peso, distorções no talo. A ideia está muito clara, isso aqui não é música de baladinha. Algumas dessas canções se tornaram clássicos absolutos, como "N.I.B." e seu inusitado solo de contrabaixo, e "The Wizard" e sua indefectível gaita, um toque dos primórdios da banda. Destaque também para "The Warning", outra canção que resgata a influência do Blues e que mostra muito bem a qualidade técnica de Iommi em improvisos.
"Black Sabbath" é um marco para a música no mundo inteiro, e é quase unanimidade entre os roqueiros. Você é fã do Metallica, do Iron Maiden, ou qualquer uma banda de heavy metal mais extremo? Agradeça a este disco!
LISTA DE FAIXAS
1. Black Sabbath
2. The Wizard
3. Behind the Wall of Sleep
4. N.I.B.
5. Evil Woman
6. Sleeping Village
7. The Warning
8. Wicked World*
* faixa bônus do relançamento do disco em 1996.
AVALIAÇÃO (0-10)
Nota 9
CONTEXTO HISTÓRICO
Birmingham é uma das cidades mais importantes da Inglaterra, talvez perdendo somente para a capital Londres. O motivo é que, após a Revolução Industrial, este país se tornou o "macho alfa" das nações, ditando as regras da economia no mundo todo. O Brasil mesmo teve uma de suas mais importantes mudanças por causa disso. Refiro-me à Lei Áurea, que aboliu a escravidão nas terras tupiniquins. Quem acha que a Princesa Isabel a assinou por caridade aos negros, pra sua informação ela só o fez porque os britânicos não tinham interesse em escravos. Assalariados, para eles, era mais barato.
Desmistificada a abolição, voltemos. Birmingham, portanto, prosperou por quase dois séculos como um dos expoentes da indústria no mundo. Porém, o século XX traria mudanças radicais à cidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, a metrópole sofreu vários bombardeios, e isso quase acabou com a economia da região.
Num cenário de caos como foi, governos tomam medidas extremas. Por medidas extremas entende-se, dentre outras coisas, intensivar o comércio e a indústria, com salários baixos e jornadas absurdas. Esta foi a Birmingham que os jovens Tony, Bill, Ozzy e Geezer estavam inseridos. Sobreviver era duríssimo, e muitos adolescentes descambam para o crime e/ou drogas. E esse estilo de vida, penoso e sem esperanças, foi talvez o que formatou a estética das canções do Sabbath.
O DISCO
Chuva. Trovejadas ecoam incessantemente. Um sino bate. O clima é tenebroso. A tempestade segue, e subitamente entra o primeiro riff, com tudo, sem qualquer aviso, em uma cadência em Gm (Sol Menor) variando à oitava e, em seguida, para Db (Ré bemol), perfazendo o que, em música, se chama de "trítono" (intervalo de três tons).
Iommi não escolheu esta sequência à toa. O trítono é, talvez, a dissonância mais estranha, e a sensação de tensão quando ouvimos essa sequência é muito grande. E tensão parece ser tudo o que o Black Sabbath quer transparecer em sua música de abertura, homônima ao disco e à banda. Dizem que, em algum momento da história, talvez durante a Idade Média, usar o trítono foi proíbido, pois a igreja católica o associava a forças malígnas. Enfim...
Todo o disco segue essa fórmula: tensão, peso, distorções no talo. A ideia está muito clara, isso aqui não é música de baladinha. Algumas dessas canções se tornaram clássicos absolutos, como "N.I.B." e seu inusitado solo de contrabaixo, e "The Wizard" e sua indefectível gaita, um toque dos primórdios da banda. Destaque também para "The Warning", outra canção que resgata a influência do Blues e que mostra muito bem a qualidade técnica de Iommi em improvisos.
"Black Sabbath" é um marco para a música no mundo inteiro, e é quase unanimidade entre os roqueiros. Você é fã do Metallica, do Iron Maiden, ou qualquer uma banda de heavy metal mais extremo? Agradeça a este disco!
LISTA DE FAIXAS
1. Black Sabbath
2. The Wizard
3. Behind the Wall of Sleep
4. N.I.B.
5. Evil Woman
6. Sleeping Village
7. The Warning
8. Wicked World*
* faixa bônus do relançamento do disco em 1996.
AVALIAÇÃO (0-10)
Nota 9
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