27 de mai. de 2011

“Kill ‘em All” (Metallica, 1983)

Capa de "Kill 'em All", de 1983



Você curte rock? Tem, ou já teve banda nos últimos anos? Deixa eu adivinhar como você formou a banda: dois ou três amigos com o mesmo sonho se juntaram, mas faltava dois ou três integrantes; puseram um anúncio na internet em alguma rede social, e faça-se a banda. Foi isso? Saiba que o Metallica, uma das maiores referências do metal e do trash, começou exatamente assim, igual à sua banda!


A BANDA

Foi exatamente assim que o Metallica começou: um anúncio de jornal. Como Lars Ulrich, batera, não tinha Orkut, nem Facebook, nem Myspace, nem Youtube, nem Twitter em 1981, ele teve que apelar pelo bom e velho PB, hehehe! Foi assim que ele conheceu James Hetfield e Dave Mustaine, guitarristas. Eles chegaram a gravar algumas demos com essa formação, com Hetfield improvisado no contrabaixo.

A posição de baixista era uma lacuna que eles ainda tinham de sanar. Então, no começo de 1982, souberam de um cara de outra cidade que tocava contrabaixo de forma fantástica: abusava dos pedais e dos efeitos, solava, conhecia escalas, enfim, era um “virado no Jiraya”! Mustaine, Ulrich e Hammet não tiveram dúvidas, esse era o baixista. Seu nome? Cliff Burton.

O ingresso de Burton à banda foi o ponto de virada para o Metallica. Quase tudo na estética das músicas que eles fariam a partir daí foi por influências dele. Alguns o creditam como o inventor do estilo. Com ele, a banda “voava”, e Mustaine não podia mais acompanhar esse ritmo, sendo expulso do grupo e substituído por Kirk Hammet.

A expulsão de Mustaine, além de gerar a formação mais clássica do grupo, criou um rancor imenso no guitarrista (até hoje, por sinal), o que o motivou a fundar a banda Megadeth. Mas isso é assunto pra outra resenha...


CONTEXTO HISTÓRICO

Eu penso que a década de 80 foi a mais interessante de todas para a música. Nessa época, muita coisa estava acontecendo. Parte disso, eu contei aqui no “Essa eu já ouvi” quando comentei o contexto histórico de “Appetite for Destruction” do Guns n’ Roses. E, dentro da música, o Metallica foi um dos responsáveis por essas inovações.

Anos antes de eles iniciarem a banda, o rock passava por um momento de transição. A fase da psicodelia já tinha perdido campo para o punk, que por sua vez há aquela altura já começava a dar sinais de fadiga.

Agregando essa “perda de identidade” do rock com o monte de inovações tecnológicas do período, vários artistas tiveram campo aberto para trabalhar. Tanto que muitos gêneros só foram desenvolvidos nessa década de 80.

Desses vários, o Metallica foi um dos que trouxe uma proposta das mais interessantes: riffs velozes, acordes inteligentes, campos harmônicos hiper pesados, letras agressivas, vocais extremamente guturais. Era, basicamente, o hard rock do Black Sabbath, só que elevado à “enésima” potência. Era tão diferente, que não tinha como classificá-lo assim, nem o como heavy metal, tradicional nas canções do Iron Maiden. Aquilo era algo novo.

Era o embrião do thrash metal!


O DISCO

Cara, esse disco é fabuloso! Se você conheceu o Metallica pelo “álbum preto” ou o “Load” (quem têm canções mais comerciais), você não sabe de nada sobre o Metallica! O disco inteiro é uma pancadaria, porrada atrás de porrada!

Desde a primeira faixa, você já tem a impressão que vai ver aquela turma abrindo a roda! Só que você sente isso em todas as faixas do disco. É incrível como a banda consegue ter qualidade e constância como o Metallica.

As músicas que ficaram mais conhecidas deste disco foram Seek & Destroy e Jump in the Fire. Destaco também Whiplash, No Remorse e The Four Horseman, esta última adaptada de uma das composições de Dave Mustaine, que a gravou, sem as mudanças, no primeiro disco do Megadeth, com o nome de “Mechanix”.

Mas o grande destaque do disco – e que gerou uma “tradição” no Metallica – é Pulling Teeth, faixa instrumental de autoria de Cliff Burton. Conta-se que esta foi a música que Burton executou durante sua apresentação no Whisky a Go Go, na qual Ulrich, Hetfield e Mustaine decidiram recrutá-lo. É sabido também que essa música foi uma das primeiras composições de Burton, ainda adolescente, e ele sempre a incluía em todas as bandas por que passou.

Bem, nem sei mais o que dizer desse disco, toda vez que eu o ouço fico tonto, só de imaginar a pancadaria... E quer saber? Eu sempre quero ouvi-lo mais uma vez!


LISTA DE FAIXAS

1. Hit the Lights
2. The Four Horsemen
3. Motorbreath
4. Jump in the Fire
5. (Anesthesia) Pulling Teeth (Instrumental)
6. Whiplash
7. Phantom Lord
8. No Remorse
9. Seek & Destroy
10. Metal Militia
11. Am I Evil?*
12. Blitzkrieg*
11. The Four Horsemen (Live)**
12. Whiplash (Live)**

* faixas adicionais da reedição de Kill ‘em All de 1988.
** faixas bônus incluídas na versão para download.


AVALIAÇÃO 0-10

Nota 8.

4 comentários:

  1. Grande e pesada escolha Fabião!
    Mto boa!
    Metallica é uma das minhas bandas favoritas e a estreia deles é uma das melhores
    Td a raiva dos então espinhentos Lars e James estão neste disco segundo consta, deveria se chamar Metal up your ass, mas claro, o nome foi vetado. Acho q então Cliff teria dito então pq a gente n mata tds eles - daí Kill'em all

    Daí destaco Whiplash, No Remorse, Four Horsemen, Phantom Lord, Seek and Destroy (hino), Metal Militia e ... a minha favorita do álbum e top 3 das q mais gosto do Metallica: Motörbreath!!!

    It's how I live my life, I can't take it any other way

    Buli

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  2. É verdade, Buli, esse era pra ser o nome desse disco. Na verdade, muitas coisas mudaram antes deles lançarem esse disco: o nome da banda era outro, a mudança do guitarrista (que eu comentei no post), arranjos de algumas canções...

    Até mesmo durante a carreira eles foram mudando. O bom de acompanhar o Metallica ao longo do tempo é isso, cada disco trazia alguma coisa diferente.


    Abração, meu velho

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  3. exato! e sobre o nome a história da 'sacada' pra n falar 'roubada' genial q o Lars teve é impagável, n!? rs

    Abraçones!

    Buli

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  4. Só não achei legal um trecho que cita "o hard rock" do (Black Sabbath) lembrando que os primeiros riffs de Thrash Metal foram executados pela guitarra do criador do metal (Tony Iommi) em 1975 com a música (Symptom of the universe) lembrando que Black Sabbath criou o metal.

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